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Para tudo! Vamos começar de novo. Aqui seria um espaço para troca de livros, mas acabou tornando-se um local de desabafos. Meus desabafos... Porque minha amiga Luciana abandonou o barco por causa de outros projetos e nunca mais postou nada. Então ela me pediu que reformulasse o blog e eu, Anoushe, sigo daqui com vocês que gostam de acompanhar um pouco do que fervilha em minha cabeça. A finalidade continua sendo trocar ideias, portanto, preciso mais da ajuda de vocês. Quem quiser dar sugestões para futuros textos, mande um e-mail. Podem também enviar textos sobre um livro que leram, uma música que os emocionou, peça de teatro, filme, enfim... Haverá um espaço reservado para suas impressões, tornando esse blog mais participativo e realizando uma efetiva troca de ideias. Conto com vocês, como sempre, para dar seguimento a isso que considero vital: trocar ideias, apreciar a arte, observar e conhecer pessoas e escrever... escrever... escrever...! "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ELISA LUCINDA – UM VERDADEIRO SHOW

As amigas da leitura foram ao espetáculo "Parem de falar mal da rotina", com Elisa Lucinda. Confiram as impressões!
Por Luciana

Elisa Lucinda conclama a todos que parem de falar mal da rotina. No engraçadíssimo espetáculo, a atriz e poetiza ironiza as pessoas que põem a culpa na rotina pelo fracasso dos casamentos. Casamentos que não dão certo porque se fizeram por interesse, porque se concretizaram sem amor ou porque se mantém por comodismo. Também mostra com muito bom humor, como o passar dos anos pode deixar uma pessoa amargurada ou feliz, dependendo de como ela encara os desafios e os problemas.

Na minha opinião, todos deveriam assistir à peça que nos faz pensar no nosso dia a dia, na forma como encaramos os obstáculos, como preparamos nossos filhos, como nos relacionamos com nossos amigos.

A atriz nos mostra que a todo momento podemos reinventar nossa vida e esse é o “grande barato”, porque não é o acaso que determina nosso destino, tudo depende do referencial que temos das coisas. Podemos escolher vir ao trabalho cantando e admirando o céu azul de Brasília ou vir lamentando que estamos cansados e com sono, podemos vir apreciando os ipês coloridos dessa época do ano ou vir lamentando que poderíamos estar ainda na cama. Não que seja ruim ficar até tarde embaixo do edredom, curtindo uma boa preguiça e sem ter que sair correndo pra bater o ponto do trabalho, mas podemos fazer nossa rotina muito mais agradável.

Não quero ser a mãe “tarja preta” que Elisa Lucinda ilustra na peça – aquela mulher amargurada no tempo, que toma antidepressivos e tem a expressão de anos de cansaço. É muito melhor ser a velhinha que tem histórias engraçadas pra contar, que curte os netos, um sambinha e, porquê não uma cervejinha.

Você pode escolher ser aquela pessoa alto astral que todo mundo quer estar perto ou ser aquela que só reclama de tudo, contaminando todos que estão à sua volta.

A vida é feita de escolhas e podemos escolher ser felizes, só depende de como queremos traçar a nossa trajetória.
 
 
Por Anoushe
 
 
Ontem, eu e mais três amigas fomos assistir ao espetáculo "Parem de falar mal da rotina", com Elisa Lucinda. O evento fez parte de um festival que está acontecendo aqui em Brasília, "Mulheres em cena"― uma iniciativa bem bacana que dá destaque à produção artística protagonizada por mulheres.

Mas eu não estou aqui para falar do festival e sim de Elisa Lucinda. Eu já havia assistido essa peça de outra vez que a atriz esteve aqui em Brasília, e ontem, ao vê-la pela segunda vez, tive a mesma impressão: a mulher é um show. Eu consegui rir e me emocionar como da primeira vez. A atriz consegue de uma maneira extremamente engraçada - na verdade chorei de rir várias vezes - fazer a gente refletir sobre temas cruciais da nossa existência.

Usando o humor, ela fala sobre o que ela chama de "cárceres"- coisas inúteis que nós mesmos criamos. Frases como "Eu sou orgulhoso mesmo..." "Não ligo para aquela mulher de jeito nenhum...", leis que criamos e nos aprisionam desnecessariamente. Por que, na verdade, para que serve o orgulho, por exemplo? Para nada... como a atriz diz " só deveríamos dizer sou orgulhoso mesmo se viesse seguido de um "mas estou em tratamento". E de uma maneira igualmente bem humorada ela fala sobre outros cárceres como sermos racistas, escravos da beleza padrão (beleza é tão ampla, não?), dos perigos a que estão sujeitas as nossas crianças.

A reflexão que a atriz nos convida a fazer não é sobre as crianças de rua, mas sobre nossos filhos: "classe média", "classe alta". Coisas como o pai que proíbe o parquinho porque o menino de cinco anos está viciado em parquinho. Aí o garoto responde "que merda", e o pai contra-ataca "que porra de caralho de palavrão você está falando menino". Ou seja... a gente se contradiz o tempo todo. Ela cita ainda a mãe que fala que vai quebrar o filho todinho pelo telefone e no fim da ligação diz que ama a criança, fala da mãe que se entope de antidepressivos, ansiolíticos, e outros tantos "anuladores" da vida, mas que proíbe maconha dentro de casa.

Durante o espetáculo, ela recita poemas lindos e dá um show de interpretação e sensibilidade. Usa as palavras de uma maneira forte, lancinante, que toca a alma. A palavra existe para tornar presente o que está ausente, algo mais ou menos assim ela disse, eu quis anotar mas não tive como... Mas é isso aí: sou fã da palavra! Sou fã das cenas da vida retratadas no palco, sou fã de poesia e agora, mais ainda, sou fã da Elisa Lucinda!!!!

Um comentário:

  1. Ai, poxa, pena que eu perdi essa... ADORO Elisa Lucinda, muito antes dela ser global! Eu a conheci há mais dez anos em Vitória e desde então, sou apaixonada pela poesia cotidiana dela - e pelo jeito espalhafatoso dela em cena, que eu amo...
    Esta é, sem dúvida, uma boa dica de leitura!
    Beijos,
    Roberta

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