Quem eu sou

Minha foto
Para tudo! Vamos começar de novo. Aqui seria um espaço para troca de livros, mas acabou tornando-se um local de desabafos. Meus desabafos... Porque minha amiga Luciana abandonou o barco por causa de outros projetos e nunca mais postou nada. Então ela me pediu que reformulasse o blog e eu, Anoushe, sigo daqui com vocês que gostam de acompanhar um pouco do que fervilha em minha cabeça. A finalidade continua sendo trocar ideias, portanto, preciso mais da ajuda de vocês. Quem quiser dar sugestões para futuros textos, mande um e-mail. Podem também enviar textos sobre um livro que leram, uma música que os emocionou, peça de teatro, filme, enfim... Haverá um espaço reservado para suas impressões, tornando esse blog mais participativo e realizando uma efetiva troca de ideias. Conto com vocês, como sempre, para dar seguimento a isso que considero vital: trocar ideias, apreciar a arte, observar e conhecer pessoas e escrever... escrever... escrever...! "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Olhe para o céu















Ontem assisti a uma palestra do brilhante paraibano Ariano Suassuna. Dramaturgo, romancista e poeta brasileiro, 86 anos de pura sabedoria. Um homem que tem a arte e a defesa da cultura como missão, um menino que potencializa o seu hemisfério poeta e palhaço. Afinal, segundo ele, a alma humana tem dois hemisférios: de um lado o rei/profeta e do outro o poeta/palhaço, lado a lado porque um não é superior ao outro. 
Palavras como essas fizeram meu dia mais feliz, discordei apenas de um ponto, de sua opinião sobre Brasília. Ele disse que Brasília não parece Brasil, que Oscar Niemeyer fez um traçado suíço. "Brasília é pálida, não tem cor". Desculpa, Ariano Suassuna, mas não posso concordar e apresento minha opinião em forma de rima...
Quem é de Brasília vai concordar com minhas humildes palavras e, quem não é, e, mesmo assim concordar, é porque já foi contaminado pela beleza da minha cidade!


Olhe para o céu

Ouvi Suassuna dizer
que os blocos de Brasília
são de empalidecer

Eu vi Suassuna sentir
que o traçado é suíço
Niemeyer não quis colorir

Mestre das palavras
do regionalismo e da brasilidade
com toda humildade
hei de discordar

Branco, cinza é cor
e com todo pudor
Niemeyer não quis ofuscar
o colorido que há no ar

No céu que é de Brasília o cordel
azul, laranja e vermelho
que reflete como espelho

No tablado do cerrado
colorido e contornado
exótico e enfeitado

Árvores verdes e amareladas
nas entrequadras espalhadas
mais colorido não há

Veja Suassuna
Niemeyer não pode ofuscar
o que vem da natureza
toda sua beleza

Blocos pequenos
para apresentar
nosso céu maior que o mar

Brasília é juventude
que acolhe com atitude
quem a ela vem buscar

Preto, branco, pardo
nordeste, sulista, nortista
vem o futuro formar

É cor no céu, é cor na gente
é cor que brota intensamente

é só a maneira de olhar...