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Para tudo! Vamos começar de novo. Aqui seria um espaço para troca de livros, mas acabou tornando-se um local de desabafos. Meus desabafos... Porque minha amiga Luciana abandonou o barco por causa de outros projetos e nunca mais postou nada. Então ela me pediu que reformulasse o blog e eu, Anoushe, sigo daqui com vocês que gostam de acompanhar um pouco do que fervilha em minha cabeça. A finalidade continua sendo trocar ideias, portanto, preciso mais da ajuda de vocês. Quem quiser dar sugestões para futuros textos, mande um e-mail. Podem também enviar textos sobre um livro que leram, uma música que os emocionou, peça de teatro, filme, enfim... Haverá um espaço reservado para suas impressões, tornando esse blog mais participativo e realizando uma efetiva troca de ideias. Conto com vocês, como sempre, para dar seguimento a isso que considero vital: trocar ideias, apreciar a arte, observar e conhecer pessoas e escrever... escrever... escrever...! "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Paladar Seletivo

Sentir o gosto do teu toque
Lento, rápido...
Às vezes certeiro, outras, indeciso


Sentir o gosto do teu beijo
Que gela e queima
Às vezes suave, delicado
Outras, fulminante

Sentir o gosto do teu calor
Que arrepia, excita
Às vezes acolhedor
Outras, lancinante

Se é saboroso gostar... Por que não?

Sentir o gosto da tua pele
Salgada, doce
Às vezes macia
Outras, erosiva

Sentir o gosto da tua voz
Que massageia a alma
Às vezes tão meiga, um pouco insegura
Outras, tão certa de si

Sentir o gosto do teu abraço 
Apertado... descompassado 
Às vezes de amante
Outras, de irmão

Se é saboroso gostar... Por que não?

Como é bom sentir o gosto da primeira mordida
De ontem, de hoje
De cada dia
Sentir o gosto do desencontro, se logo vem o encontro
E a saudade é exaurida


Saborear cada pedacinho de vida...
Recheio, cobertura e granulado
Cada momento gostoso, cada garfada de prazer
Cada momento com o outro e cada momento com você

Como é gostoso viver...
Por que não saborear a vida?

(Anoushe/2003)

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Livro, um grande amigo!



No dia 29 de outubro de 1810, a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil, quando então foi fundada a Biblioteca Nacional. Por isso, escolheram essa data para comemorar o Dia Nacional do Livro. Quando penso na importância do livro, logo me vem à mente uma frase de Monteiro Lobato: “Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar”.

Eu faço essa associação porque onde habita uma criança só pode ser um lindo lugar, embora não seja necessário ser criança para conseguir ter essa experiência com novos lares por meio da leitura. Acho até que nós, adultos, encaramos a leitura com mais inovação por estarmos mais distantes da infância e da capacidade de imaginar. Nós, adultos, é que mais precisamos resgatar mundos diferentes do nosso, porque as crianças, além dos livros, têm muito mais facilidade em criá-los.

Com a leitura, a gente visita lugares sem estar lá e cria outros milhares de cantos para ser a nossa morada. Já fui à Índia, à África, à Austrália, viajei pela América e Japão... Também já fui princesa, bruxa, maga, guerreira, freira, prostituta, escrava, enfim. Basta abrir um livro para ter acesso a um universo de distintas possibilidades...

Além de nos transportar a outros mundos, um livro faz a gente aprender com os tropeços alheios sem precisar vivê-los. Depois da Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, a gente pensa bem antes de seguir pelo caminho não recomendado; não aceita “maçãs” de estranhos a exemplo da Branca de Neve e aprende que mentiras podem nos trazer problemas bem grandes, quem sabe até piores do que ser engolido por uma baleia, como Pinóquio.

Livro é também nosso professor, desde as lições mais simples até as mais complexas. E um grande companheiro e amigo para todas as horas e todos os cantos: avião, praia, cama, banheiro, piscina, sofá, sombra de uma árvore, sozinho ou acompanhado...

O livro pode ser também nosso psicólogo. Nos momentos em que o coração parece explodir e o peito se enche de angústia, nada como ele para acalmar a mente. E, se o coração está tranquilo, vale o inverso, buscamos nele experiências instigantes, que nos movam e nos acelerem. Até travesseiro ele pode ser, afinal, quem nunca adormeceu em cima de um livro...


O mundo precisa mais desse amigo para todas as horas e, quanto mais cedo ele se tornar parte da vida do indivíduo, certamente, mais vezes irá visitá-lo na fase adulta e na velhice. Por isso, difunda essa amizade: compre um livro, dê um de presente, leia outro para uma criança! Como disse a poetisa e contista Cora Coralina:“Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma”. Um amigo sempre acaricia a alma, por isso, a leitura torna-se uma bela maneira de nos fazer crescer cada vez melhores.