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Para tudo! Vamos começar de novo. Aqui seria um espaço para troca de livros, mas acabou tornando-se um local de desabafos. Meus desabafos... Porque minha amiga Luciana abandonou o barco por causa de outros projetos e nunca mais postou nada. Então ela me pediu que reformulasse o blog e eu, Anoushe, sigo daqui com vocês que gostam de acompanhar um pouco do que fervilha em minha cabeça. A finalidade continua sendo trocar ideias, portanto, preciso mais da ajuda de vocês. Quem quiser dar sugestões para futuros textos, mande um e-mail. Podem também enviar textos sobre um livro que leram, uma música que os emocionou, peça de teatro, filme, enfim... Haverá um espaço reservado para suas impressões, tornando esse blog mais participativo e realizando uma efetiva troca de ideias. Conto com vocês, como sempre, para dar seguimento a isso que considero vital: trocar ideias, apreciar a arte, observar e conhecer pessoas e escrever... escrever... escrever...! "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ilusória perfeição...


Esta semana assisti ao filme do diretor iraniano Abbas Kiarostame, "Cópia Fiel". Achei fantástico! Mas não é sobre os múltiplos questionamentos a que ele remete, como por exemplo a importância da discussão sobre o que é autêntico ou falsificado e o valor das cópias no mundo da arte ou as instabilidades do amor que quero falar. O que me chamou a atenção foi uma frase entre as muitas lançadas durante a narrativa. Em um charmoso café na Toscana, Itália, os protagonistas ─ um escritor e a dona de uma galeria ─ são confundidos como marido e mulher pela dona do estabelecimento. Quando o suposto marido sai para atender a uma ligação, a dona do café, uma senhora de meia-idade, começa a conversar sobre casamento e, a cada questão que a dona da galeria aponta como uma queixa em seu relacionamento, a senhora contra-argumenta mostrando o lado positivo. E solta a seguinte frase: "É burrice nossa ficarmos tristes por causa de um ideal".
Realmente, não existe casamento ideal ─ é sempre formado por dois imperfeitos. E vou além: nada é ideal. Talvez o ideal só exista no nosso imaginário. Então é mesmo muita burrice ficarmos tristes por algo que não existe, não é?
Buscar o ideal é escolher um caminho de frustrações. A gente quer sempre o melhor, mas o melhor é bem diferente da suprema perfeição (um dos significados de ideal). O "melhor"é relativo porque é sempre comparado a outra situação ou ser. Então, o seu "melhor" pode não ser o melhor para outro alguém. E as falhas do seu "melhor" podem ser tão pequenas aos seus olhos a ponto de não serem consideradas falhas por você. Mas sem falhas... Não há!
Busquemos o melhor que a vida nos reserva, dentro do que nos cabe escolher. O melhor companheiro, o melhor amigo, o melhor trabalho, o melhor chocolate, a melhor casa, a melhor alimentação, o melhor livro, as pessoas que nos proporcionam os melhores momentos... E o bom da vida vai ser descobrir que após cada "melhor" pode vir outro "melhor" ainda. Mas não vamos deixar que pequenas imperfeições nos angustiem, nos deixem tristes. E se essas pequenas imperfeições tornarem-se grandes demais, talvez seja a hora de começar a se questionar se essa pessoa ou situação é mesmo a melhor para você.

4 comentários:

  1. Anoushe!!!
    ULTRA parabéns pelo BLOG reformulado!
    O blog é realmente muito bom.
    E essa reflexão que você postou é fantástica!
    Como nada acontece por acaso, vi que vc tinha postado a alguns dias, mas seria tão profundo para mim se tivesse lido antes.
    Li no momento certo e bateu fundo!
    Viva o AMIGAS DA LEITURA!!!

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  2. Amore, brigada pelo apoio sempre!!! E a vida é isso mesmo, os sopros de alerta chegam até nós de várias maneiras: atos, textos, filmes, diálogos. O importante é a gente identificar, né? Adoro seus comentários!
    beijo grande

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  3. Parabéns gostei muito desse texto que leva os leitores a verem a vida mais com o coraçao e nao apenas com a razao ao tentar buscar a perfeiçao em seres imperfeitos como nós, que esquecemos disso ao tentar buscar a perfeiçao no outro.
    Abraços

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  4. Adorei seu comentário, Tadeu! A ideia é essa mesmo! um grande abraço

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