Assisti ao filme Comer rezar e amar, adaptação ao cinema do best-seller autobiográfico de Elizabeth Gilbert. Eu li o livro há uns dois anos e gostei muito. Mas a crítica do filme não foi muito boa. E eu devo concordar — pareceu mais uma comédia romântica "hollywoodiana". Infelizmente, deu-se muito pouca atenção às reflexões da autora atendo-se mais às paisagens, sem contar com a catástrofe de se colocar um ator espanhol atuando como se fosse um brasileiro. Mas como sempre em tudo há coisas boas, na minha humilde opinião, a última frase do xamã Kitut salvou o filme.
A autora fez uma viagem de um ano em busca do autoconhecimento e equilíbrio e, em Bali, deparou-se com o amor de um brasileiro. Com medo de colocar todo esse equilíbrio a perder, ela termina o relacionamento quando ele propõe que mesmo à distancia eles continuem juntos (tudo isso de uma forma bem romântica que não cabe descrever aqui). Ao relatar para Kitut que havia terminado o relacionamento com o brasileiro justamente para não ter todo esse equilíbrio abalado, o xamã responde algo mais ou menos assim: "Perder o equilíbrio por amor faz parte de uma vida equilibrada". Saí do filme pensando nisso...
A autora fez uma viagem de um ano em busca do autoconhecimento e equilíbrio e, em Bali, deparou-se com o amor de um brasileiro. Com medo de colocar todo esse equilíbrio a perder, ela termina o relacionamento quando ele propõe que mesmo à distancia eles continuem juntos (tudo isso de uma forma bem romântica que não cabe descrever aqui). Ao relatar para Kitut que havia terminado o relacionamento com o brasileiro justamente para não ter todo esse equilíbrio abalado, o xamã responde algo mais ou menos assim: "Perder o equilíbrio por amor faz parte de uma vida equilibrada". Saí do filme pensando nisso...
O medo às vezes domina nossas vidas. Alguns tipos de medo eu posso entender e compartilhar: medo da violência, medo da morte, medo da solidão, medo da perda... mas medo de amar? Medo de perder o equilíbrio por amor? Parece louco, insano, totalmente anormal, mas conheço um monte de gente assim e nem sempre temos um Kitut na vida para nos alertar.
Na verdade, não é propriamente do amor que a gente tem medo e sim do estrago que ele faz quando se acaba ou não é correspondido. Então a solução parece ser "não se entregar", "frear o tempo todo" ou arranjar milhões de desculpas para si mesmo, enviando comandos destrutivos como: ela (e) fala alto demais, não ia dar certo, ela (e) é magro (a) demais, mora longe demais, é bonito (a) demais ou tudo isso de menos... desculpas não faltam para se justificar o "cair fora" antes que eu me apegue demais...
Novamente, na minha humilde opinião, acho que viver é confrontar experiências e não fugir delas. E você sai vencedor sempre e quando tenta com toda sua alma — não importa se não for correspondido ou se for apenas por um tempo e depois precisar juntar todos os caquinhos. Fez a sua parte, o seu 100%. Ainda que seu total empenho corresponda a 60%, o importante é que fez. Venceu porque encarou. Talvez por isso seja preciso desequilibrar para ter uma vida equilibrada, descer para depois subir, perder para saborear com mais gosto a vitória, chorar para valorizar pequenos sorrisos. Isso é realmente viver com qualidade, tirar lições de tudo e somente errando é possível aprender. E melhor que seja a dois...
Uma psicologa uma vez me disse que a melhor maneira de evoluir é dentro de um relacionamento homem/mulher. São duas pessoas diferentes, criadas de maneiras diferentes, que precisam estar num mesmo espaço e se descobrir numa vida comum. Imagine quantos passos errados damos num relacionamento... É mais fácil, com certeza, não tê-los, pois seriam menores os conflitos. Por outro lado perdem-se também os benefícios de uma vida a dois e o consequente crescimento que os relacionamentos proporcionam.
A autora do livro e protagonista do filme escolheu perder o equilíbrio e até onde eu sei tem dado certo, continuam juntos... não sei se felizes para sempre, mas com certeza aprendendo muito um com o outro.... Enfim, seja qual for a opção — estar só ou estar num relacionamento — que seja realmente por opção e não por medo, para que a gente possa ter as rédeas da nossa vida, de nossas escolhas e achar cada um o seu próprio equilíbrio. Porque a vida é isso: desequilibrar, cair e levantar!
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