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Para tudo! Vamos começar de novo. Aqui seria um espaço para troca de livros, mas acabou tornando-se um local de desabafos. Meus desabafos... Porque minha amiga Luciana abandonou o barco por causa de outros projetos e nunca mais postou nada. Então ela me pediu que reformulasse o blog e eu, Anoushe, sigo daqui com vocês que gostam de acompanhar um pouco do que fervilha em minha cabeça. A finalidade continua sendo trocar ideias, portanto, preciso mais da ajuda de vocês. Quem quiser dar sugestões para futuros textos, mande um e-mail. Podem também enviar textos sobre um livro que leram, uma música que os emocionou, peça de teatro, filme, enfim... Haverá um espaço reservado para suas impressões, tornando esse blog mais participativo e realizando uma efetiva troca de ideias. Conto com vocês, como sempre, para dar seguimento a isso que considero vital: trocar ideias, apreciar a arte, observar e conhecer pessoas e escrever... escrever... escrever...! "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Desequilibrar, cair e levantar

Assisti ao filme Comer rezar e amar, adaptação ao cinema do best-seller autobiográfico de Elizabeth Gilbert. Eu li o livro há uns dois anos e gostei muito. Mas a crítica do filme não foi muito boa. E eu devo concordar pareceu mais uma comédia romântica "hollywoodiana". Infelizmente, deu-se muito pouca atenção às reflexões da autora atendo-se mais às paisagens, sem contar com a catástrofe de se colocar um ator espanhol atuando como se fosse um brasileiro. Mas como sempre em tudo há coisas boas, na minha humilde opinião, a última frase do xamã Kitut salvou o filme.

A autora fez uma viagem de um ano em busca do autoconhecimento e equilíbrio e, em Bali, deparou-se com o amor de um brasileiro. Com medo de colocar todo esse equilíbrio a perder, ela termina o relacionamento quando ele propõe que mesmo à distancia eles continuem juntos (tudo isso de uma forma bem romântica que não cabe descrever aqui). Ao relatar para Kitut que havia terminado o relacionamento com o brasileiro justamente para não ter todo esse equilíbrio abalado, o xamã responde algo mais ou menos assim: "Perder o equilíbrio por amor faz parte de uma vida equilibrada". Saí do filme pensando nisso...

O medo às vezes domina nossas vidas. Alguns tipos de medo eu posso entender e compartilhar: medo da violência, medo da morte, medo da solidão, medo da perda... mas medo de amar? Medo de perder o equilíbrio por amor? Parece louco, insano, totalmente anormal, mas conheço um monte de gente assim e nem sempre temos um Kitut na vida para nos alertar.

Na verdade, não é propriamente do amor que a gente tem medo e sim do estrago que ele faz quando se acaba ou não é correspondido. Então a solução parece ser "não se entregar", "frear o tempo todo" ou arranjar milhões de desculpas para si mesmo, enviando comandos destrutivos como: ela (e) fala alto demais, não ia dar certo, ela (e) é magro (a) demais, mora longe demais, é bonito (a) demais ou tudo isso de menos... desculpas não faltam para se justificar o "cair fora" antes que eu me apegue demais...

Novamente, na minha humilde opinião, acho que viver é confrontar experiências e não fugir delas. E você sai vencedor sempre e quando tenta com toda sua alma não importa se não for correspondido ou se for apenas por um tempo e depois precisar juntar todos os caquinhos. Fez a sua parte, o seu 100%. Ainda que seu total empenho corresponda a 60%, o importante é que fez. Venceu porque encarou. Talvez por isso seja preciso desequilibrar para ter uma vida equilibrada, descer para depois subir, perder para saborear com mais gosto a vitória, chorar para valorizar pequenos sorrisos. Isso é realmente viver com qualidade, tirar lições de tudo e somente errando é possível aprender. E melhor que seja a dois...

Uma psicologa uma vez me disse que a melhor maneira de evoluir é dentro de um relacionamento homem/mulher. São duas pessoas diferentes, criadas de maneiras diferentes, que precisam estar num mesmo espaço e se descobrir numa vida comum. Imagine quantos passos errados damos num relacionamento... É mais fácil, com certeza, não tê-los, pois seriam menores os conflitos. Por outro lado perdem-se também os benefícios de uma vida a dois e o consequente crescimento que os relacionamentos proporcionam.

A autora do livro e protagonista do filme escolheu perder o equilíbrio e até onde eu sei tem dado certo, continuam juntos... não sei se felizes para sempre, mas com certeza aprendendo muito um com o outro.... Enfim, seja qual for a opção estar só ou estar num relacionamento que seja realmente por opção e não por medo, para que a gente possa ter as rédeas da nossa vida, de nossas escolhas e achar cada um o seu próprio equilíbrio. Porque a vida é isso: desequilibrar, cair e levantar!

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