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Para tudo! Vamos começar de novo. Aqui seria um espaço para troca de livros, mas acabou tornando-se um local de desabafos. Meus desabafos... Porque minha amiga Luciana abandonou o barco por causa de outros projetos e nunca mais postou nada. Então ela me pediu que reformulasse o blog e eu, Anoushe, sigo daqui com vocês que gostam de acompanhar um pouco do que fervilha em minha cabeça. A finalidade continua sendo trocar ideias, portanto, preciso mais da ajuda de vocês. Quem quiser dar sugestões para futuros textos, mande um e-mail. Podem também enviar textos sobre um livro que leram, uma música que os emocionou, peça de teatro, filme, enfim... Haverá um espaço reservado para suas impressões, tornando esse blog mais participativo e realizando uma efetiva troca de ideias. Conto com vocês, como sempre, para dar seguimento a isso que considero vital: trocar ideias, apreciar a arte, observar e conhecer pessoas e escrever... escrever... escrever...! "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

sexta-feira, 6 de julho de 2012

'Medianeras', barreiras a serem quebradas


Somente esta semana consegui assistir ao filme argentino Medianeras, de Gustavo Taretto. Gostei muito do tema abordado a solidão na era do amor virtual e mais ainda da maneira um tanto poética como ele o apresentou. A metáfora da arquitetura como grande vilã e causadora do isolamento e da falta de comunicação entre as pessoas soa totalmente coerente quando vivemos nos tempos da solidão do delivery, do torpedo, do e-mail e do chat.

No inicio do filme, o personagem diz, “estou convencido de que as separações, os divórcios, a violência familiar, o excesso de canais a cabo, a falta de comunicação, a falta de desejo, a apatia, a depressão, o suicídio, as neuroses, os ataques de pânico, a obesidade, as contraturas, a insegurança, a hipocondria, o estresse e o sedentarismo são responsabilidade dos arquitetos e da construção civil. Desses males, salvo o suicídio, padeço de todos”. Ele narra enquanto é mostrada uma sequência de prédios erguidos em Buenos Aires, segundo o protagonista, sem nenhum critério. "Buenos Aires cresce descontrolada e imperfeita. É uma cidade superpovoada em um pais deserto”. 


Paradoxalmente, a cidade que une as pessoas é a mesma que as separa e a tecnologia que chegou com a promessa de nos tornar a todo tempo conectados e cada vez mais próximos ao mundo é a mesma que proporciona um estilo de vida totalmente virtual, com relacionamentos cada vez mais fluidos.

Como metáfora dos conflitos de nossa existência, o diretor usou as 'medianeras' aquelas paredes cegas voltadas para prédios vizinhos onde não há janelas. Essas paredes são o nosso lado escuro dores, fissuras, problemas varridos para debaixo do tapete. No filme, os personagens, ambos solitários, moram no que eles chamam de caixas de sapatos (nossas kitnetes) em prédios vizinhos e decidem abrir janelas nessas paredes para que entre luz. Uma janela acaba ficando de frente para a outra e, nesse momento, eles se enxergam. É quando também eles começam a sair dessa situação solitária o buraco aberto representa uma mudança de vida.


Acho que é uma bela reflexão a fazermos: começarmos a abrir janelas em nossas vidas em busca de mais proximidade real, de uma verdadeira comunicação; tomarmos, enfim, coragem para consertar antigas fissuras...Os personagens decidiram acabar com um modo de vida isolado e escuro. Cabe a cada um de nós quebrar barreiras, nossas 'medianeras' individuais que impedem que entrem mudanças em nossas vidas.

Um comentário:

  1. Amiga, postei um comentário no seu artigo em camaradecultura.org, mas passei por aqui para registar tb.
    Anoushe, muito boa as reflexões 'medianeras'. Acredito que devemos sim mudar qdo for preciso. O dinamismo da vida nos propõe isso a todo instante e, muitas vezes, não percebemos.
    Bjus, Ianne Lima

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