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Para tudo! Vamos começar de novo. Aqui seria um espaço para troca de livros, mas acabou tornando-se um local de desabafos. Meus desabafos... Porque minha amiga Luciana abandonou o barco por causa de outros projetos e nunca mais postou nada. Então ela me pediu que reformulasse o blog e eu, Anoushe, sigo daqui com vocês que gostam de acompanhar um pouco do que fervilha em minha cabeça. A finalidade continua sendo trocar ideias, portanto, preciso mais da ajuda de vocês. Quem quiser dar sugestões para futuros textos, mande um e-mail. Podem também enviar textos sobre um livro que leram, uma música que os emocionou, peça de teatro, filme, enfim... Haverá um espaço reservado para suas impressões, tornando esse blog mais participativo e realizando uma efetiva troca de ideias. Conto com vocês, como sempre, para dar seguimento a isso que considero vital: trocar ideias, apreciar a arte, observar e conhecer pessoas e escrever... escrever... escrever...! "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Andar na contramão virou o certo?


Está cada vez mais difícil compreender o mundo. Ao menos tenho encontrado certa dificuldade. Observem a seguinte situação: outro dia desses estava ouvindo uma conversa entre amigas. Uma contou para a outra que estava saindo com um rapaz. Então, a amiga vibrou e perguntou: “e aí, ele é legal?” Prontamente a garota respondeu: “é sim, eu o chamo para os lugares e ele vai; eu ligo para ele e ele atende ou retorna minhas ligações; é muito atencioso, gentil.” Pensei, mas isso não é só o básico? Ou seja, a maneira como todos deveriam agir? Não. Parece que vivemos em um mundo tão louco que encontrar pessoas gentis e educadas é tão difícil que as tornam especiais.
Se você devolve uma carteira roubada é um herói, se separa tempo para estar com seus filhos é uma excelente mãe. O mesmo acontece se faz companhia a seus velhos pais. Caso um funcionário cumpra seus horários e trabalhe, torna-se um excelente empregado e se o seu marido paga as contas, não tem outras mulheres e não grita contigo, (pasmem!) é um ótimo marido.
E as leis e a sociedade te punem rigidamente se você der umas palmadas em seu filho caso ele se comporte como um verdadeiro tirano, querendo impor todas as suas vontades. Também te punem mais severamente ainda se usar os termos negro, gay, deficiente, ainda que não contenham nenhum traço discriminatório. As cantigas tradicionais de nossa infância têm conteúdo maléfico para nossas crianças e tiveram suas letras trocadas. E, outro dia, ouvi dizer que existe projeto de lei que proíbe a fabricação de cigarrinhos de chocolate por influenciarem mal nossos filhos. Será que não há certo exagero nisso tudo aí?
Ouço cada vez mais as pessoas dizerem que não querem se casar porque é difícil conviver com as diferenças alheias e não querem ter filhos porque se privariam de sua liberdade. Ora, mas não são justamente as diferenças que nos fazem exercitar virtudes como a paciência, o companheirismo, o saber ceder? Não são as diferenças que nos fazem refletir sobre conceitos arraigados e muitas vezes equivocados? E o que é a liberdade? Filhos não te privam, ao contrário, te libertam do cárcere de ser o único foco de sua vida. Claro que ter filhos não é a única maneira de tirar o foco de si mesmo, mas seguramente é uma...
Quando alguém é notado agindo cordialmente é, muitas vezes, taxado de otário, em comparação aos que se dão bem na vida a todo custo, prontamente aplaudidos e reconhecidos como bem-sucedidos. Se você não fura filas, não faz corpo mole no trabalho, não burla o fisco é um perfeito bobão. Parece mesmo que o bonito é ser feio...
Está cada vez mais difícil saber o que é certo e o que é errado. E o que era certo parece errado. Inversão de valores? Isso tudo vai interferindo diretamente na maneira de se viver em sociedade. É preciso repensar o certo e o errado, os excessos das punições e do individualismo, os desvios do foco do que realmente interessa e faz engrandecer o homem, antes que os valores se invertam por completo e a gentileza, a honestidade e a civilidade tornem-se motivo de chacota. Como disse Rui Barbosa: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".

3 comentários:

  1. Adorei o texto minha amiga "bobona"! ;) bjs
    Otto

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  2. Gostei muito Anoushe! Saudades de vc!
    Dany (Marista)

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  3. Realmente isso é uma tradução triste da "modernidade" ou "atualidade" da nossa sociedade ...
    Muito bom o texto!!!

    Angélica Dal Medico

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