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Para tudo! Vamos começar de novo. Aqui seria um espaço para troca de livros, mas acabou tornando-se um local de desabafos. Meus desabafos... Porque minha amiga Luciana abandonou o barco por causa de outros projetos e nunca mais postou nada. Então ela me pediu que reformulasse o blog e eu, Anoushe, sigo daqui com vocês que gostam de acompanhar um pouco do que fervilha em minha cabeça. A finalidade continua sendo trocar ideias, portanto, preciso mais da ajuda de vocês. Quem quiser dar sugestões para futuros textos, mande um e-mail. Podem também enviar textos sobre um livro que leram, uma música que os emocionou, peça de teatro, filme, enfim... Haverá um espaço reservado para suas impressões, tornando esse blog mais participativo e realizando uma efetiva troca de ideias. Conto com vocês, como sempre, para dar seguimento a isso que considero vital: trocar ideias, apreciar a arte, observar e conhecer pessoas e escrever... escrever... escrever...! "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Há um moleque morando no meu coração


Não conheço um ser mais genuíno e feliz que uma criança. Talvez alguns animais... Parece que elas já nascem com um compartimento no tamanho exato para caber tudo de bom: amor, sinceridade, pureza, alegria... Fico pensando quando é que os adultos se perdem e se tornam seres tão terríveis a ponto de ensejar a dúvida sobre se algum dia foram crianças. Embora haja muita gente boa no mundo, infelizmente a todo tempo vemos atrocidades causadas por pessoas que de fato parecem nunca terem sido crianças.

Todos os sentidos são especiais, a começar pelo sorriso. Não foi à toa que Victor Hugo disse: "Nunca ninguém conseguirá ir ao fundo de um riso de criança". Não existe fim. O sorriso de uma criança é algo tão avassalador que espanta tristeza, alivia agonia, recupera a paz. O encontro com um desses te faz ganhar o dia! Como não se render, como não desejá-lo, como não provocá-lo?

E ser carinhoso? É impressionante como as crianças são verdadeiramente carinhosas. Dificilmente você se depara com um beijo de lado ou com um abraço frouxo. Pode até não receber nada, ação totalmente coerente, já que ninguém é obrigado a querer te beijar ou abraçar, mas quando você recebe, o carinho vem para valer. Apertado e molhado!

E a ingenuidade, a pureza? É uma qualidade tão arraigada que nós adultos, já dela esquecidos há muito, demoramos a reconhecê-la. Parece que, neste mundo, não há espaço para ingenuidade... A ingenuidade é o excesso de credulidade! De fato, não cabe a crença excessiva em quase nada da atualidade, caso contrário você é devorado, mas as crianças creem. Então, a medida das palavras deve ser ainda mais ponderada, pois se você diz eu vou, ela te espera, se você diz eu dou, ela tem como certo receber, se você diz acabou, ela só enxerga o fim como resposta. Se pensarmos bem, isso deveria ser o correto, dizer e agir em coerência com o que se diz... Quantas vezes fazemos isso?

O mundo está tão louco que os valores se inverteram. Se somos ingênuos, é sinal de que a vida vai nos devorar; se somos bons, soa como ser um idiota; se somos doces e carinhosos, o título é meloso demais. A criança é ingênua, boa, doce e carinhosa, ao menos em sua essência, antes de algum fato corrompê-la. É preciso que nós, adultos, aprendamos com as crianças, que resgatemos a criança que um dia fomos para quebrar esse gelo que o mundo nos impõe. Alimentar essas qualidades e fazê-las crescer não vai ocupar o espaço de outras que os adultos precisam ter. É possível ser corajoso e carinhoso, ter personalidade com um pouco de inocência, ter garra e força sem perder o jeito de afagar... É preciso a todo tempo cultivarmos a criança que existe em nós, por uma vida mais leve, mais pura, mais feliz! 

Deixarmo-nos ser puxados pela mão de nossos moleques internos, como diz a linda canção de Milton Nascimento e Fernando Brant: “Há um menino, há um moleque, morando sempre no meu coração. Toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão...”.


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