Existe um texto, entre tantos bons, do Arthur da Távola que eu não me canso de ler e reler tamanha é a sensibilidade do autor. Ele fala lindamente sobre afinidade. Definir sentimentos é algo quase impossível, mas o que ele fala sobre o que acredita ser a afinidade faz todo o sentido para mim. Um trecho que gosto muito é quando diz :" Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavra. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento."
Você primeiro aceita e depois vai em busca do porquê... Como é difícil isso quando a nossa atitude imediata, quase sempre, é questionar e nem mesmo procurar entender o outro lado, é julgar e se colocar superior, é impor nossas condutas como sendo as certas. Por isso talvez ter afinidade com alguém não seja assim tão fácil, tão simples de ser encontrado, virando a esquina, como pensamos... Talvez seja mesmo muito mais complexo do que simplesmente gostar dos mesmos filmes, livros, comidas, músicas, paraísos exóticos... Talvez seja algo mais próximo mesmo do querer comum, do saber exercitar o amor comum, algo mais relacionado ao que se sente e menos ao palpável... Talvez você só consiga atingir esse nível de afinidade quando amar muito esse afim... Embora consiga amar muitas pessoas com as quais não tenha a mínima afinidade...
É claro que tem a afinidade mais rasa. Como diria Arthur da Távola "... A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele. Independente dele. A quilômetros de distância. Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar..." Porém ter as duas coisas com alguém: amor e afinidade é quase assim como pipoca e cinema (meu filho diria pipoca e M&Ms), cerveja e praia, chocolate e TPM, chuva e edredom, querer beijar na boca e ter quem beijar, ou seja, combinação perfeita. Você gosta de estar junto e falar um monte de besteiras ou simplesmente não falar nada e ser totalmente entendido, bastando um olhar.
Pessoas com intensa afinidade pensam o mesmo sobre coisas que importam na vida. Então não é preciso dar tantas explicações e nem mesmo se achar ridículo se você chora demais, ri demais, sofre demais, celebra pequenas conquistas com a motivação de um "oscar"... A paciência do afim parece ter validade estendida e flexibilidade de ginasta.
Afinidade de pele é ótimo também, mas quando se juntam as três coisas: pele, amor, afinidade... Explosão de sentidos! Olhares se encontram e substituem palavras, sente-se o gosto do toque, o calor do abraço, o cheiro da pele, tudo de uma vez, um de cada vez... E você consegue fazer isso só no pensamento, se for preciso, tamanha afinidade. Se encontrar algo assim, não deixe escapar, porque como diz Arthur da Távola "... É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo sobre o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial. Ter afinidade é muito raro".
É verdade, nāo devemos deixar escapar... Mas o duro é quando afinidade, amor e cumplicidade se juntam na pessoa certa, mas no momento errado e mesmo sem querer você, é obrigado a deixar a oportunidade da sua vida passar!
ResponderExcluirNão existe momento errado, Deus coloca as pessoas em nossas vidas exatamente no momento em que mais precisamos delas.
ExcluirAmiga, vc está cada vez mais intensa nos seus textos!! Parabéns!!!
ResponderExcluira meninas e assumo todos nos tem uma coisa para reclamar podemos fazer o que quiser mas nunca estamos contenete podemos e tentar ser felizes claro com deus no nossos coracoes paz , amor e respeito o meu dilema parabens dia do amigo
ResponderExcluirass:francisca