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Para tudo! Vamos começar de novo. Aqui seria um espaço para troca de livros, mas acabou tornando-se um local de desabafos. Meus desabafos... Porque minha amiga Luciana abandonou o barco por causa de outros projetos e nunca mais postou nada. Então ela me pediu que reformulasse o blog e eu, Anoushe, sigo daqui com vocês que gostam de acompanhar um pouco do que fervilha em minha cabeça. A finalidade continua sendo trocar ideias, portanto, preciso mais da ajuda de vocês. Quem quiser dar sugestões para futuros textos, mande um e-mail. Podem também enviar textos sobre um livro que leram, uma música que os emocionou, peça de teatro, filme, enfim... Haverá um espaço reservado para suas impressões, tornando esse blog mais participativo e realizando uma efetiva troca de ideias. Conto com vocês, como sempre, para dar seguimento a isso que considero vital: trocar ideias, apreciar a arte, observar e conhecer pessoas e escrever... escrever... escrever...! "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Novas formas de escravidão



Se vivêssemos em um mundo mais justo e igualitário não seria necessário haver uma data específica pra lembrar às pessoas de algo que deveria ser intrínseco ao ser humano ter consciência negra, por exemplo. Mas o mundo está bem longe do ideal, essa é a realidade, e por isso o Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro (1594). Infelizmente, mais de 120 anos após o fim da escravidão no Brasil, as oportunidades de acesso à educação e à renda ainda não são as mesmas para pessoas de diferentes cores de pele.
Escravidão é algo que verdadeiramente envergonha a raça humana e nos torna descrentes da possibilidade de um mundo melhor. E ela continua a existir de uma maneira distinta, velada e cruel. Vemos um proliferar de formas de se escravizar. O mundo é escravo da corrupção, da violência, do preconceito, da ignorância, da depressão, da miséria, do poder, da degradação ambiental, uma lista sem fim.
Por isso acho mesmo importante ter um dia dedicado à lembrança de que é preciso refletir sobre o passado, o presente e agir para melhorar o que virá. E lembrar também dos valentes conhecidos e anônimos que fizeram e fazem a diferença para que a melhora ocorra. Dos que habitam a bela pele negra e fazem a diferença, podemos citar, além de Zumbi, milhares de outros. Da dona Rosa que criou sozinha 12 filhos com um salário de faxineira ao primeiro negro a presidir a Suprema Corte do País, o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão.
Os que fazem a diferença engrossam o caldo da esperança. E já que ela é a última que morre é preciso alimentá-la. Ainda que para acreditar a gente precise pedir ajuda à nossa criança, como sugere a bela composição de outro valente que faz, pela arte, a diferença: Milton Nascimento." Há um menino/Há um moleque/Morando sempre no meu coração/Toda vez que o adulto balança/ Ele vem pra me dar a mão/...E me fala de coisas bonitas/Que eu acredito/Que não deixarão de existir/Amizade, palavra, respeito/Caráter, bondade alegria e amor/Pois não posso/Não devo/Não quero/Viver como toda essa gente/Insiste em viver/E não posso aceitar sossegado/Qualquer sacanagem ser coisa normal..."
Não dá mesmo para aceitar todas essas formas de escravidão como se fossem normais. Refletir sobre essas e outras tantas questões que atrasam a humanidade é o começo de um longo caminho de mudanças necessárias para construirmos um mundo igualitário e melhor. Um mundo sem os verdadeiros escravos, que não são aqueles vendidos por outros, mas sim os que se vendem à violência, à corrupção, ao preconceito e a tantos outros atos imorais que ainda não deixaram de existir.

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