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Para tudo! Vamos começar de novo. Aqui seria um espaço para troca de livros, mas acabou tornando-se um local de desabafos. Meus desabafos... Porque minha amiga Luciana abandonou o barco por causa de outros projetos e nunca mais postou nada. Então ela me pediu que reformulasse o blog e eu, Anoushe, sigo daqui com vocês que gostam de acompanhar um pouco do que fervilha em minha cabeça. A finalidade continua sendo trocar ideias, portanto, preciso mais da ajuda de vocês. Quem quiser dar sugestões para futuros textos, mande um e-mail. Podem também enviar textos sobre um livro que leram, uma música que os emocionou, peça de teatro, filme, enfim... Haverá um espaço reservado para suas impressões, tornando esse blog mais participativo e realizando uma efetiva troca de ideias. Conto com vocês, como sempre, para dar seguimento a isso que considero vital: trocar ideias, apreciar a arte, observar e conhecer pessoas e escrever... escrever... escrever...! "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A boa música se basta


"A linguagem musical me basta". Essa é a frase que encerra o documentário A música segundo Tom Jobim, do veterano cineasta Nelson Pereira dos Santos e da neta do compositor, Dora Jobim, que fui assistir há cerca de duas semanas.
Sempre fui uma tremenda fã de Tom Jobim, principalmente porque sua música me causa um prazer nostálgico de tempos que não vivi. E foi imbuída desse sentimento que assisti à projeção desse documentário cuja única narrativa é a música: nada de locução, entrevistas, tampouco informações biográficas, apenas o caminho sensorial de imagens e sons. Mas que não são quaisquer imagens e sons, e sim uma belíssima montagem de grandes momentos da música brasileira, shows realizados, parcerias formadas e um retrato muito bonito de uma época de inocência e poesia.
Cantei, chorei, meu coração acelerou, porque a música me toca. E assim como ela bastava a Tom Jobim, me bastou naquele momento. Não senti necessidade de maiores explicações, apenas mergulhei na narrativa musical do documentário. Percebi a magia dessa narrativa que se basta.
As artes têm esse poder... E o valor artístico de um documentário baseado no trabalho de quem é considerado o maior expoente de todos os tempos da música brasileira, como Tom Jobim, e fruto da ousadia de um dos mais importantes cineastas do país, precursor do movimento do cinema novo, como Nelson Pereira dos Santos, só poderia mesmo aguçar os sentidos. E para enriquecer ainda mais esse diálogo musical, na sequência de intérpretes estão Elis Regina, Gal Costa e Elizeth Cardoso, Diana Krall cantando em português, o francês Jean Sablon, e os norte-americanos Ella Fitzgerald, Sammy Davis Jr. e Frank Sinatra.
Uma verdadeira viagem sensorial... A única coisa que me chamou a atenção, infelizmente, foi o fato do cinema, em plena estreia, estar vazio. Depois, conversando com amigos que assistiram ao documentário em data distinta, o mesmo ocorreu: um cinema completamente vazio... É uma pena! Ao acenderem as luzes, quando o cineasta finalmente identifica os protagonistas do documentário, gostaria de ter visto uma plateia emocionada como eu, embevecida pela narrativa musical, como acontece quando assistimos a concertos, orquestras, quando despretensiosamente nos dispomos a ouvir uma música de qualidade no carro, em casa, ou em qualquer lugar. Afinal, sempre que a ouvimos com sentimento a boa música se basta.

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