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Para tudo! Vamos começar de novo. Aqui seria um espaço para troca de livros, mas acabou tornando-se um local de desabafos. Meus desabafos... Porque minha amiga Luciana abandonou o barco por causa de outros projetos e nunca mais postou nada. Então ela me pediu que reformulasse o blog e eu, Anoushe, sigo daqui com vocês que gostam de acompanhar um pouco do que fervilha em minha cabeça. A finalidade continua sendo trocar ideias, portanto, preciso mais da ajuda de vocês. Quem quiser dar sugestões para futuros textos, mande um e-mail. Podem também enviar textos sobre um livro que leram, uma música que os emocionou, peça de teatro, filme, enfim... Haverá um espaço reservado para suas impressões, tornando esse blog mais participativo e realizando uma efetiva troca de ideias. Conto com vocês, como sempre, para dar seguimento a isso que considero vital: trocar ideias, apreciar a arte, observar e conhecer pessoas e escrever... escrever... escrever...! "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

terça-feira, 1 de março de 2011

Mulheres que mordem


Parece loucura mulheres que mordem? Sim... Conheço mulheres que mordem... E posso garantir: são as melhores! Mulheres que mordem não têm vergonha do que dizem os outros, são adultas, pagam suas contas, portanto pouco interessa a opinião alheia. A alheia, porque a do lado interessa: interessa a opinião da amiga que as acolhe, da mãe que as aconchega, do amado que as sustenta. Sustenta não no sentido financeiro, mas no melhor deles, no de animar, alentar, fortificar... Afinal, o conselho que a elas serve, mesmo sendo duro, é o que as faz crescer e gerar mudança.
As mulheres que mordem não têm medo de mudanças, nem da mudança no vestuário. Ficam lindas no conforto de uma calça que mais parece um pijama e mais ainda no conforto das havaianas. Geralmente saem de cara limpa, pois para elas as rugas representam experiência alegres, tristes, divertidas, frustrantes e assunto para desenvolver.
Tempo é artigo raro, por isso torna-se imperioso selecionar com quem e como dividi-lo. E elas já descobriram que acima de tudo o tempo consigo não é desperdício.
As mulheres que mordem são as mesmas que afagam. Tudo no tempo devido. Afagam com o olhar certeiro de quem não deixa passar despercebido um olhar triste... Aconchegam em seus braços os filhos, filhos dos filhos, amigos, desconhecidos, quem deles necessitar, como se fosse um coração gigante, com braços enormes, digno de filme do Almodóvar.
E preferem ouvir mais. Já perceberam que às vezes é melhor se calar ainda que tenham razão. Palavras erradas ferem e a razão é volúvel, "facinha, facinha": hoje pode estar contigo e amanhã não mais...
Elas já perderam também o medo desnecessário, aquele atrelado ao SE: "E se não der certo", "e se eu não gostar", "e se eu sofrer"... Esse SE, do pretérito imperfeito do subjuntivo, é condição para uma ação que poderia estar ocorrendo, mas poderia também não estar ocorrendo, certo? Então esse medo não existe... Melhor é viver o presente e só então avaliar se causa sofrimento, dor e é um medo devido.
Estão longe da perfeição, buscam melhorar sempre, mas com a certeza de que nunca vão mesmo alcançá-la. Até porque perfeição não existe e a obsessão por obtê-la vira distúrbio... Perigoso demais.
Morder é apenas uma metáfora, porque mulheres que mordem somos quase todas nós. São minhas amigas, minha mãe, minha irmã, minha vó, a moça que dobra a esquina, a senhora que lava roupas, cada uma do seu jeito, no seu tempo, umas mais, outras menos. Porque a mordida, na medida certa, é intensa e saborosa e muitas mulheres que conheço são assim.
Uma singela homenagem a todas vocês, no mês da mulher, e merecidamente sempre!!!!

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