Esta semana, uma amiga chegou radiante onde trabalhamos, contando que assistiu a um filme lindo e que a emocionou. Recomendou que eu o assistisse porque, segundo ela, com certeza eu iria amar. Acertou em cheio: amei! O filme é O Palhaço, de Selton Mello e, assim como essa querida amiga, saí do cinema cheia de reflexões.
A principal delas, como ela bem escreveu em seu blog, é a importância de sonhar e fazer o que estiver ao seu alcance para concretizar o seu sonho. Vivemos em um mundo onde não cabe mais sonhar, a correria impera assim como imperam o poder, o dinheiro, o ter , falsos valores que fazem com que a maioria das pessoas esqueçam ou até considerem ridículo sonhar.
O foco do filme é a história de Benjamin (Selton Mello), palhaço de um circo mambembe que faz dupla com o pai Valdemar (Paulo José). Benjamin, ou Pangaré, como é chamado nos espetáculos circenses, parte em busca de seu sonho conquistar uma carteira de identidade e comprar um ventilador e com isso resgatou o seu sorriso. Ele fazia os outros sorrirem, mas já não via graça em sua profissão, não encontrava motivos para sorrir. Deixou a lona do circo e saiu em busca de sua identidade. E nessa busca, resgatou a si mesmo, resgatou a paixão pela profissão de palhaço, encontrou o amor, encontrou novamente motivos para sorrir.
Uma grande lição, afinal, a vida sem ter quem nos faça sorrir, sem ter motivação, faz até um palhaço ficar triste. E, às vezes, precisamos mergulhar fundo em nós mesmos para descobrir essa motivação, nossa verdadeira identidade. Às vezes, como o Palhaço fez, é preciso deixar de lado o conforto da rotina conhecida, porém sem graça, para aventurar-se em busca do seu verdadeiro eu, do que realmente te faz feliz. Mesmo que, ao final dessa busca, você descubra que a graça estava no conhecido e necessite voltar, como aconteceu com o Palhaço. Como diz o belo samba de Paulinho da Viola: "Voltar quase sempre é partir para um outro lugar". Quando você sai e retorna, tudo pode estar em seu lugar, mas você nunca é o mesmo...
Viver e ter certezas muitas vezes não andam juntos. A vida pressupõe questionamentos sempre... Por isso é tão gratificante quando a gente consegue finalmente conquistar algumas certezas... No filme, Valdemar (Paulo José), pai do angustiado palhaço Pangaré, lançou a seguinte frase ao ver o filho insatisfeito com a profissão: "Nesta vida a gente tem de fazer o que sabe: o gato bebe leite, o rato come queijo, eu sou palhaço e você?"
E você? Já descobriu o que sabe fazer?
Adorei, como sempre... Principalmente a experiência de trocarmos ideias e escrevermos juntas sobre o mesmo tema! ;) Do seu texto, o que ficou pra mim foi: "Quando você sai e retorna, tudo pode estar em seu lugar, mas você nunca é o mesmo...". Acho que resume tudo!
ResponderExcluirBeijossss!
Belo texto. A gente tem de fazer o que sabe e o que satisfaz,o que gosta, que te dá prazer, para mim essa é a essência.
ResponderExcluirLândia